GINECOLOGIA ADOLESCENTES

DRA. RENATA ASSEF TORMENA

É a fase que marca a transição entre a infância e a vida adulta, caracteriza-se por uma série de transformações físicas, psicológicas e comportamentais da menina.

TEMAS DE INTERESSE EM GINECOLOGIA PARA ADOLESCENTES

MENSTRUAÇÃO

É o sangramento vaginal fisiológico que ocorre mensalmente pela descamação da acamada de revestimento interno do útero denominada endométrio.
A menstruação se inicia na puberdade, mais comumente entre 11 e 15 anos.
A primeira é chamada de menarca, à partir deste momento, o corpo feminino já se torna capaz de gerar outra vida.

A maturidade do eixo neuro-hormonal que comanda o ciclo menstrual pode demorar até 2 anos para ser atingida, por tanto, após a menarca, as adolescentes frequentemente apresentam ciclos menstruais irregulares, sem que isto represente um problema a ser investigado. Neste momento, acompanhamento ginecológico e orientação adequados farão com que estas adolescentes estejam mais seguras e preparadas para as mudanças próprias desta fase da viva da menina. Caso as alterações menstruais sejam mantidas (por mais de 2 anos), uma investigação, através de exame físico e exames complementares se faz necessária.

ANTICONCEPÇÃO

A adolescência é um período de transição entre a infância e a fase adulta. Este período é marcado por muitas transformações. A gravidez indesejada nessa época pode gerar várias transtornos tanto físicos quanto emocionais. Daí, a importância de uma boa orientação e da escolha de um método contraceptivo adequado.

Método natural ou “Tabelinha”
Pode ser útil em associação com outro método, já que apresenta um alto índice de falha. Deve ser considerado em pacientes com ciclos menstruais regulares e consiste em evitar relações sexuais desprevenidas durante o período ovulatório.

Preservativo ou cóndon (camisinha):
Indicado especialmente para proteção de DST (doenças sexualmente transmissíveis), AIDS em ambos os sexos. Como método anticoncepcional, apresenta alto índice de falha, pois depende da utilização correta e em todas as relações sexuais. Seu uso deve ser bastante estimulado, independentemente da existência de outro método anticoncepcional associado.

Diafragma
Dispositivo que deve ser inserido na vagina pouco antes da relação e retirado entre 8 e 10 horas da última relação/ejaculação. É um método pouco utilizado ultimamente, especialmente para adolescentes, já que exige atenção para o uso adequado (colocação/ retirada/ tamanho), caso contrário associa-se com alto índice de falha.

DIU (DISPOSITIVO INTRA-UTERINO):
Indicado na adolescente com gestação anterior ou com um único parceiro, quando o risco de DST (doença sexualmente transmissível) for pequeno. Uma boa alternativa é o DIU medicado (DIU de levonorgestrel), que é uma boa opção para o tratamento da dor pélvica ou para pacientes com endometriose, além de associar um baixíssimo índice de falha.

Métodos Hormonais:
Podem ser administrados por via oral(combinados ou sequenciais), injetável mensal, injetável trimestral, anel vaginal, adesivo transdérmico e implantes (subcutâneo e intra-uterino).

As pílulas anticoncepcionais são os métodos mais utilizados nessa faixa etária, porém apesar de serem métodos seguros, sua falha está diretamente relacionada ao esquecimento e uso incorreto, por tanto, devem ser utilizados com cautela e sob orientação médica.

Métodos de emergência:
A pílula pós-coital não deve ser usada rotineiramente para prevenir a gravidez, é um método contraceptivo apenas de emergência, composto por progesterona e não abortivo. Só está indicada depois de uma relação sexual desprotegida. Sua eficácia chega a 95%, quando usada no primeiro dia pós-coito. A menstruação deve ocorrer no período usual, mas um sangramento pode acontecer pouco antes ou depois da tomada do(s) comprimidos.

CORRIMENTO

O corrimento é um sinal ou sintoma que indica a presença de secreção vulvovaginal excessiva ou anormal.
Frequentemente a presença de secreção vaginal é confundida com corrimento. A secreção vaginal normal é inodora, fluida, de coloração clara ou branca, sua quantidade aumenta no período ovulatório. Esta é uma orientação importante para todas as mulheres e que deve ser feita já na adolescência, associada a orientações sobre higiene e uso roupas íntimas adequadas.
O corrimento vaginal é bastante frequente na infância e na adolescência, isto se deve a vários fatores, desde condições anatômicas até, higiene inadequada(especialmente quando a criança passa a fazer sua higiene sozinha, presença de corpos estranhos vaginais (grãos de areia, terra, etc.), verminose, uso de calcinhas de tecido sintético (que não absorvem a umidade e não permitem ventilação), roupas justas e muito grossas (levando à irritação local pelo atrito), além do início da atividade sexual. Frequentemente uma associação de fatores está presente.

DISMENORREIA

Cólica menstrual 
A dismenorreia é a dor pélvica, tipo cólica, que se acontece durante a menstruação, é uma das principais queixas na clínica ginecológica diária.
O tratamento da dismenorreia primária na adolescência envolve orientação, tratamento clínico medicamentoso e raramente cirurgia. Os tratamentos mais comumente empregados são os analgésicos, os anti-inflamatórios não hormonais e a pílula anticoncepcional.
Mudanças comportamentais podem auxiliar no tratamento da dismenorreia, como inclusão da prática esportiva e correção de hábitos alimentares, além de acompanhamento psicológico quando necessário.

TPM

A síndrome pré-menstrual (SPM), usualmente conhecida como tensão pré-menstrual (TPM), é representada por um conjunto de sintomas físicos e emocionais que aparece dias antes da menstruação e desaparece com a mesma. Estão entre os principais sintomas cefaleia (dor de cabeça), edema (inchaço), ganho ponderal, cólicas abdominais, labilidade emocional (oscilando entre depressão e irritabilidade), além do aumento da necessidade de ingesta de doces. Em especial na adolescência, por suas características biopsicossociais peculiares, a TPM assume perfil singular, merecendo maior atenção e uma avaliação específica e criteriosa.

ACNE

A acne (acne vulgar, acne juvenil), fenômeno universalmente associado à puberdade, representa um verdadeiro “rito de passagem” para a maioria dos adolescentes.

Ocorre em cerca de 85% a 100% da população em qualquer momento da vida, sendo seu pico de incidência na adolescência, sendo 85% dos jóvens afetados por este problema. A preocupação com a aparência, imagem social, aceitação pelo grupo e pelo sexo oposto faz com que muitos adolescentes com acne mostrem-se insatisfeitos com sua imagem, e envergonhados ou socialmente inibidos. A Acne é uma causa importante de automedicação, muitas vezes com drogas de divulgação leiga e não necessariamente sem efeitos colaterais. Embora seja uma queixa que apareça cada vez mais aos médicos não especialistas, estes proporcionam menos de um quarto dos tratamentos para seus pacientes. A maioria dos casos pode ser tratada por médicos generalistas, sem necessidade de encaminhamento para especialistas. Somente os casos mais graves necessitam encaminhamento ao dermatologista.

As formas mais graves de acne, no estágio inflamatório, podem determinar cicatrizes permanentes na face, tórax ou dorso. A atuação do médico que trata de adolescentes, seja com simples orientação e seguimento ou com prescrição de um tratamento, pode diminuir o risco de cicatrizes físicas e psicológicas e evitar problemas de auto-estima e inibição social.
Estão entre as possibilidades terapêuticas o uso de sabonetes para limpeza profunda da pele, antibióticos, pílulas anticoncepcionais entre outros.

TABAGISMO

O hábito de fumar cigarros constitui a principal ameaça isolada para a saúde e a longevidade dos jovens norte-americanos. Cada ano cerca de 400 mil pessoas morrem prematuramente das doenças relacionadas ao fumo. Além disso, 90% dos fumantes adultos começam a usar tabaco antes dos 18 anos de idade. O contato com o fumo frequentemente começa durante a adolescência, mas os fatores associados com a iniciação precoce permanecem ainda desconhecidos, sendo provavelmente a necessidade de auto afirmação um fator relevante.
A associação de cigarro com pílulas anticoncepcionais é muito frequente, normalmente ocorre por automedicação e falta de orientação médica. Esta associação é muito perigosa e acrescenta um elevado risco de trombose para a adolescente.

CÓLICAS

Setenta em cada 100 mulheres que têm cólicas fortes na adolescência poderão ter endometriose

Segundo dados da Sociedade Mundial de Endometriose (SME) 176 milhões de mulheres sofrem de endometriose em todo o mundo. No Brasil, esta doença atinge cerca de seis milhões de pessoas. Além do desconforto abdominal, outros sintomas podem indicar endometriose. Fortes cólicas acompanhadas de náuseas e dores na região lombar, dor na relação sexual e dificuldade para engravidar também podem ser sinais da enfermidade. Porém, há mulheres que não apresentam nenhum sintoma , nem mesmo apresentam qualquer dificuldade para engravidar.

Fica um alerta para aquelas mulheres com histórico familiar da doença. Se a mãe teve endometriose, a filha terá cerca de 7 vezes mais chances de sofrer do problema ao longo da vida.

Por isso, toda mulher deve ter um acompanhamento regular e estar atenta à sua saúde ginecológica, o diagnóstico precoce da doença possibilita o tratamento adequado da mesma, evitando complicações ou cirurgias mais agressivas.

O acompanhamento ginecológico deve ser iniciado logo após as primeiras menstruações. Ao contrário do que muitos pensam, nem sempre é normal sentir muita cólica durante a adolescência, este pode ser um sinal de alerta. As meninas que sentem dores muito fortes precisam de uma atenção especial, já que setenta em cada 100 mulheres que têm cólicas fortes durante a adolescência poderão ser diagnosticadas com endometrioses no futuro.

PRONTA PARA A 1ª VEZ?

Como a gente sabe que está pronta para a primeira vez?

Não tem idade certa ou tempo de namoro que determinem que chegou a hora. Também não dá pra se basear na experiência das amigas: não é porque a maioria já teve relação sexual que você tem que ter também. Essa é uma decisão bem subjetiva e individual e, por isso mesmo, é tão difícil definir regras.

Mas existem alguns pontos básicos que devem ser considerados:

· Você achou um cara legal?
Já está com ele há algum tempo, gosta muito dele e tem certeza de que ele também gosta de você. Ele te respeita e você sabe que não vai magoá-la.

· Você se sente muito à vontade com ele?
Vocês conversam sobre todos os assuntos, incluindo sexo e a sua primeira vez. Você sabe se ele já transou e costuma falar sobre suas inseguranças, vontades e medos. É a intimidade que vai garantir, por exemplo, que você se sinta bem sem roupa na frente dele, abra o jogo sobre coisas que você gosta ou não e mesmo fale de assuntos mais pesados, como o risco de gravidez.

· Você já foi ao ginecologista?
E tirou boa parte das suas dúvidas sobre sexo. A mais importante delas: como se prevenir contra a gravidez. Você precisa saber como usar a camisinha e seria bem bom se estivesse tomando alguma pílula anticoncepcional.

· Você já conversou muito sobre o assunto?
Não só com o seu namorado, mas também com sua mãe, alguma tia mais moderna ou amigas mais velhas e experientes (e que você sabe que são bem responsáveis), ou até com sua (seu) ginecologista. Isso vai te dar mais segurança, te ajudar a tirar dúvidas práticas e, principalmente, trazer a certeza de que, se alguma coisa der errado, terá a quem recorrer.

· Você quer muito?
Não é pela insistência do garoto nem por querer se igualar às suas amigas. Você já refletiu muito sobre o assunto, tem certeza de que esta é uma vontade sua e se sente preparada para isso.
Se os pontos acima estiverem ok, a chance de você estar pronta é grande. Mas, se mesmo assim alguma coisa lá no fundo te diz que ainda não é a hora, espere mais um pouco. Afinal, nessa hora você tem que pensar em você. Só em você. Concorda? 

· Posso tomar pílula?
A princípio, sim. Mas, antes de qualquer coisa, veja se esse é o método anticoncepcional mais adequado e que combina com você:
Comece analisando os prós e os contras:

PRÓS:
– Se tomada da maneira correta, é um método muito eficiente.
– Regula o ciclo menstrual
– Alivia a cólica
– Evita ovários policísticos
– Melhora as espinhas.

CONTRAS:
– Pode dar enjoo, dores de cabeça, diminuir a libido.
– Como precisa ser ingerida todo dia no mesmo horário, exige disciplina.
– Não pode ser usada por fumantes nem por quem tenha histórico de trombose na família.
– Não protege contra doenças sexualmente transmissíveis.

E aí, combina com você?
Então o próximo passo é procurar um médico, de preferência seu ginecologista, se não conhecer nenhum, peça indicação para alguém de sua confiança. O médico vai checar se está tudo certo com ou seu corpo e indicar a pílula mais adequada a você. Nunca tome uma pílula porque sua amiga toma, o que faz bem pra ela pode não ser bom pra você!
Neste momento, a orientação de um especialista é essencial para garantir que esteja protegida.

CAMISINHA FEMININA

Quem é virgem pode usar camisinha feminina?

A resposta é não. Isso porque a camisinha feminina deve ser usada dentro da vagina e isso só seria possível se a garota tivesse perdido a virgindade.
Então o jeito é se proteger usando um preservativo masculino mesmo. A única coisa que não pode acontecer é transar sem camisinha, combinado?

Para quem quiser saber mais sobre a camisinha feminina – como usá-la, os prós e contras desse tipo de preservativo .Analise os pontos e veja se ela é uma boa alternativa pra você.

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